Jovens Brasileiros fazem sucesso em Universidades Americanas

Cada vez mais jovens fluminenses têm olhado para fora do país como forma de expandir seus horizontes profissionais e acadêmicos. Segundo dados do Open Doors 2024, o Brasil enviou aproximadamente 16.900 estudantes para os Estados Unidos no ciclo 2023/24, mantendo-se como o 9º maior emissor mundial de alunos para instituições norte-americanas. Estima-se que, ao todo, mais de 110 mil brasileiros estudem no exterior, muitos deles vindos do Sudeste, com destaque para o Rio de Janeiro, estado historicamente entre os que mais contribuem com talentos em áreas como engenharia, esportes e ciências exatas.
Esse fenômeno reflete não apenas o desejo de alcançar excelência acadêmica, mas também a busca por oportunidades reais de desenvolvimento em universidades com estrutura de ponta, programas de pesquisa e bolsas para atletas de alto rendimento.
Um exemplo simbólico dessa nova geração é Pedro Henrique da Silva Parmezani, que aos 15 anos deixou o Brasil sozinho para estudar nos Estados Unidos. Filho de uma família do interior paulista, Pedro trilhou um caminho admirável que hoje inspira estudantes de todo o país, inclusive do Rio. “Aos 15 anos, tive que aprender a liderar a mim mesmo antes de liderar os outros”, compartilha.
Pedro se formou Magna Cum Laude em Física Aplicada e Matemática pela West Virginia Wesleyan College, com GPA 3,84. Durante a graduação, foi premiado com o Outstanding Physics/Engineering Award 2025 e o Senior Academic and Leadership Achievement Award, além de integrar o seleto All-Mountain East Conference Academic Team, que reconhece os atletas universitários com desempenho acadêmico de destaque.
Sua pesquisa de maior impacto foi realizada com financiamento do programa SURE, no qual Pedro estudou a atenuação de radiação gama em diferentes materiais, incluindo chumbo, cobre e plásticos, com aplicações diretas em áreas como saúde, segurança nuclear e até missões espaciais. “Em viagens espaciais, onde cada grama conta, descobrimos que plásticos leves podem proteger quase tanto quanto metais pesados”, explica.
Além da dedicação científica, Pedro foi capitão da equipe de futebol universitário (NCAA) e atuou como Resident Assistant, exercendo papel de liderança junto à comunidade acadêmica. “O futebol me ensinou disciplina, gestão do tempo e liderança sob pressão”, afirma. Essas experiências o prepararam para sua próxima etapa: o mestrado em Engenharia de Sistemas, onde pretende aplicar inteligência artificial e estratégias de otimização em setores como logística, manufatura inteligente e engenharia aeroespacial.

Pedro também destaca a importância de se envolver com causas e comunidades durante a jornada internacional. Foi vice-presidente da International Student Organization e embaixador do Brazilian Sports Exchange Program, atuando no acolhimento de outros brasileiros que, como ele, sonhavam com uma formação internacional.
O crescimento desse movimento é evidente. Segundo levantamento da UNESCO, o número de brasileiros cursando ensino superior fora do país aumentou em cerca de 50% entre 2017 e 2022. E os dados da NAFSA (Association of International Educators) mostram que, apenas em 2023, os estudantes brasileiros contribuíram com mais de US$1 bilhão à economia educacional dos EUA, um valor que reflete não só volume, mas impacto.
No Rio de Janeiro, iniciativas como programas de bolsas esportivas, intercâmbios científicos e redes de mentoria têm facilitado o acesso de jovens talentosos às universidades internacionais. “Minha meta é resolver problemas do mundo real, com rigor e inovação, sempre considerando quem será beneficiado”, reforça Pedro, que também é fluente em inglês, português e espanhol.
A mensagem que ele deixa aos jovens do Rio é direta e inspiradora: “Começar com medo é normal, o importante é não permanecer nele. Saia da zona de conforto e esteja sempre aberto a aprender.”
Em um país onde apenas cerca de 20% dos jovens entre 25 e 34 anos possuem ensino superior completo, segundo dados da OCDE, histórias como a de Pedro mostram que apostar na formação internacional pode ser uma via sólida para o crescimento profissional, científico e pessoal. Com talento, determinação e visão global, ele representa o potencial transformador da juventude brasileira e um orgulho que ultrapassa fronteiras.