Remessa de dinheiro dos EUA para o Brasil passa de US$ 1 Bi e bate record no primeiro semestre de 2018

Considerável aumento de empresas brasileiras que se internacionalizam para os EUA e também de brasileiros que imigram para trabalhar e morar nos Estados Unidos podem ser as razões para alta no envio de dinheiro para o Brasil, afirma Consultoria de Investimentos americana.
Segundo a série histórica do Banco Central do Brasil, no primeiro semestre deste ano, as remessas vindas do exterior para o Brasil totalizaram US$1,2 Bilhão (R$ 4,8 Bilhões), o maior nível em dez anos. A maior parte desse montante foi enviada pelos EUA, que respondem por 41% do total de remessas ao Brasil. Em segundo aparece o Reino Unido, com fatia de 14,3%.
Os números do BC apontam que as remessas do exterior para o Brasil estão em crescimento, impulsionadas pela valorização do dólar em relação ao real e pelo maior número de brasileiros trabalhando fora e enviando recursos para suas famílias. A Consultoria de Investimentos americana, Oxford Group, com sede em Miami-FL, concorda que a boa relação comercial entre os países e a maior atração de empresas brasileiras para os EUA podem ser algumas das razões para o aumento na remessa de dinheiro para o Brasil.
Dados do Departamento de Estado americano mostram uma relação promissora com o Brasil. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. O comércio bilateral foi de US$ 88,2 bilhões em 2016. Os Estados Unidos tiveram um superávit comercial de US$ 22,3 bilhões com o Brasil em 2016. As principais importações brasileiras dos Estados Unidos são aeronaves, maquinário, produtos petrolíferos, eletrônicos e instrumentos médicos e ópticos.
Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação do Brasil. Os principais produtos são petróleo bruto, aviões, ferro e aço e maquinaria. De acordo com o Escritório de Análise Econômica dos EUA, os Estados Unidos investiram US$ 64,4 bilhões no Brasil a partir de 2016, enquanto o Brasil investiu US$ 36,9 bilhões nos Estados Unidos. O investimento brasileiro nos Estados Unidos geram mais de 74.200 empregos, muitos destes a brasileiros que residem no país e que estão enviando dólares ao Brasil.
MAIS EMPRESAS BRASILEIRAS NOS EUA
Outro dado importante é o aumento do número de empresas brasileiras que estão em busca das vantagens tributárias dos Estados Unidos e principalmente as oportunidades que o mercado americano oferece aos empreendimentos que se instalam no país. Sob uma forte política tributária desenhada pelo Presidente Donald Trump, empresários do Brasil estão cada vez mais em busca da solidez do mercado americano para ancorar seus negócios. É o que revela o Economista e Consultor Brasileiro, Carlo Barbieri, que dirige há quase 30 anos a Consultoria de Investimentos Oxford Group.

“A grande atração de empresas está da mudança do critério dos impostos nos EUA, que deixaram de ser “worldwide” (base mundial) da receita e passaram a ser territorial, ou seja, as empresas só pagam impostos sobre o lucros auferidos nos EUA. Os lucros de outros países quando repatriados são colocados na rubrica de lucros não sujeitos a impostos”, explica Carlo Barbieri ponderando que em termos práticos as empresas tem usado, atualmente, os EUA nas mesmas bases e vantagens que tem quando instalam-se com a sede em países chamados “paraísos fiscais” nos quais não são pagos impostos sobre lucros de operações feitas fora do seu território.
Segundo ele, o Oxford Group registrou aumento de 40% no número de empresas brasileiras que estão em internacionalização para os EUA somente este ano. “Esta nova vantagem se soma às anteriores, ou seja, ser um PIB de mais de $20 trilhões, ter cerca de 2.000 incentivos e as empresas que se instalaram no país, terem tido um crescimento de 4,2% no PIB do último trimestre, além da estabilidade jurídica e institucional tem sido uma das principais razões para empresários brasileiros apostarem nos EUA”, afirma.
De acordo com o BC não há limite para envio de dinheiro a outros países por pessoas físicas, mas os próprios bancos e as empresas de remessas tendem a pedir explicações da origem dos recursos se o volume for muito elevado ou incondizente com renda ou bens. Carlo Barbieri explica que o momento político e econômico do Brasil tem estimulado empresários a empreenderem nos EUA com o objetivo de proteção de seus patrimônios. “A instabilidade do Brasil está deixando empresários muito inseguros com relação ao futuro de seus investimentos. A solidez da economia americana é sim uma vantagem importante que os empresários tem considerado na hora de internacionalizar suas empresas para cá”, afirma o economista.